segunda-feira, 8 de junho de 2009

Mais um na multidão

Alison Pitangueira

O filme “Olga”, de Jayme Monjardim, é mais uma superprodução baseada nos roteiros de Hollywood e da Rede Globo, o que , fatalmente, é garantia de sucesso. Nos ingredientes dessa receita estão atores famosos (no caso do Brasil, com destaque em novelas globais), mulheres bonitas (e, se possível, com partes íntimas à mostra) e, obviamente, uma boa dose de “romance no ar”, como se observa claramente no filme.
Baseado no livro homônimo de Fernando morais, “Olga” narra a história da judia alemã que, desde jovem, se engajou no movimento comunista. Após fugir da Alemanha nazista, perseguida pela polícia, e passar por Moscou, berço do comunismo, ela é encarregada de viajar ao Brasil, fazendo a segurança do líder da “Coluna Prestes”, Luís Carlos Prestes. O relacionamento afetivo dos dois começa nessa viagem.
Pronto! Era o que qualquer roteirista e diretor de filme hollywoodiano/global precisava. Nesse momento, no filme de Monjardim, é dado grande destaque ao romance do casal, passando pela investida de Prestes, o jeito “durão” de Olga, até que, finalmente, os dois “cederam ao amor”. Ah! Para completar esta “maravilhosa” cena, a câmera foca em Camila Morgado (Olga), semi-nua, para quem quisesse ver. Enfim, além de não trazer nenhuma novidade para quem leu o livro de Morais, o filme deixa a real história de Olga Benario Prestes, a luta por um mundo mais justo, em segundo plano, para destacar, em primeiríssimo plano, o romance de Olga com Prestes.
Além disso, para completar a “receita” de sucesso do filme, seu elenco contou com atores de primeira, ou melhor, de novelas da Globo. Além de Morgado, já citada, também atuaram Caco Ciocler (luís Carlos Prestes), Fernanda Montenegro (Dona Leocádia Prestes), Osmar Prado (Getúlio Vargas), dentre outros.
Um ponto positivo, trazido pelo filme, é a revelação, para o grande público, de quem foi Olga Benario, mulher guerreira que lutou até o fim por seus ideais. Como no Brasil, o cinema tem maior alcance que a literatura, o filme trouxe à tona uma grande história, mesmo que esta tenha ficado em segundo plano.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Sonho de Uma Noite de São João

O teatro quando vai à rua, encontra seu público e o convida a se perder da realidade, deixá-la escapulir, cumpre um papel tão belo quanto fundamental. É preciso escapar, é preciso ver a novidade, o diferente, o inesperado.

O espetáculo que o Cine Horto Pé na Rua traz é uma dose de humor, beleza e inspiração para quem quer que esteja passando. Impossível não querer ficar ali pra sempre, imerso sem retorno naquele mundinho tão maravilhoso que nos é doado com tanta boa vontade.

No último domingo, 31 de maio, assisti ao Sonho de Uma Noite de São João no Parque das Mangabeiras. Uma chuva forte e rápida parou o espetáculo por uns 20 minutos, mas foi só passar para todos voltarem a seus lugares. Platéia e atores unidos, pois o show não pode parar.

Veja as fotos:














Créditos: Annita Velasque

SERVIÇO:
Espetáculo “Sonho de uma Noite de São João”
Entrada Franca
Dia 05 de junho, sexta-feira, às 16h, no Parque Municipal
Dia 06 de junho, sábado, às 16h, no Parque Municipal
Dia 07 de junho, domingo, às 20h, na Praça Duque de Caxias | Sta. Tereza

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Chantal apresenta os quadrinhos da série Juventude na Biblioteca Infantil de BH




Quem não conhece os personagens Edu, Hugo e Cacá que povoam a série de quadrinhos “Juventude”? Todos eles nasceram da imaginação da artista Chantal Herskovic, mineira de João Monlevade radicada em Belo Horizonte, que começou a publicar suas tirinhas aos 13 anos de idade no Diário da Tarde e não parou mais.

Agora o universo lúdico de Chantal invade a Biblioteca Pública Infantil e Juvenil de Belo Horizonte no mês de maio. De 11 a 29, a artista expõe, no hall de entrada da biblioteca, tiras e quadrinhos da série “Juventude”, que trata de maneira bem humorada o cotidiano jovem, sua linguagem, conflitos e suas paixões. Para o leitor, uma oportunidade de conhecer as peripécias de Edu na escola, escutando música e descobrindo a cibercultura.

A “Mostra Chantal” oferece ainda ao público ilustrações, trabalhos de design gráfico e cadernos de desenhos da autora.



Quadrinista mineira

O trabalho de Chantal Herskovic foi destaque em diversos encontros e festivais de quadrinhos, entre eles a 3° Bienal Internacional e os Festivais Internacionais de Quadrinhos, realizados em Belo Horizonte. Já teve desenhos publicados na Suíça e nos Estados Unidos e participou de exposições em Barcelona e Madri.

Segundo a artista, suas maiores influências foram e ainda são as histórias de Carl Barks, Hergé (Timtim), Bill Watterson (Calvin e Haroldo) e Will Eisner.

Suas ilustrações também podem ser apreciados em livros. A série “Juventude” já rendeu três volumes, publicados em 1998, 1999 e 2001. Além destes, Chantal também é autora dos livros "Blog da Cacau: ninguém merece!" e "Ai, amigas! Ninguém merece!", primeiro e segundo volume.


Mostra Chantal – Tiras, Quadrinhos e Desenhos
Local: Biblioteca Pública Infantil e Juvenil de Belo Horizonte
Endereço: Rua Carangola, 288, bairro Santo Antônio.
Data: de 11 a 29 de maio, de segunda a sexta, das 9h às 17h30; 16 e 17/5, sábado e domingo, das 9h30 às 12h15.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Teatro - A Arca de Vinicius



“Senhoras e senhores, no palco: A Arca de Vinicius!”


Lá vem o Pato / Pata aqui, pata acolá / Lá vem o Pato / Para ver o que é que há...


Quem não conhece as músicas de O Pato, A Casa, A Pulga e A Corujinha? Essas canções que fazem parte, há quase três décadas, da tradição do cancioneiro popular brasileiro, tendo sido escutadas por gerações de crianças e adultos, nasceram primeiro em versos no livro “A Arca de Noé”, de 1970, publicado pelo poeta Vinicius de Moraes.

Única obra do Vinicius voltada para o universo infantil, “A Arca...” foi musicada somente dez anos depois, quando Toquinho e Tom Jobim resolveram homenagear o falecido amigo, gravando um especial para tv em que cantavam os seus poemas. Participaram também daquela gravação do dia 12 de outubro, Milton Nascimento, Chico Buarque, Elis Regina, Ney Matogrosso e tantos outros. O resultado foram dois álbuns homônimos que reuniram canções antológicas, celebradas por inúmeros fãs.

Agora, eis que surge a oportunidade para o público belo-horizontino escutar as músicas e conhecer de perto o lirismo e o humor do poeta carioca. O espetáculo “A Arca de Vinicius”, fruto de uma pesquisa musical da Cyntilante Produções, narra a história de Vinicius, um menino que sonha com um mundo melhor. Ao receber uma carta anônima solicitando a sua presença numa “Escola”, local em que seu desejo será realizado, o garoto começa sua aventura.

Durante o percurso, Vinicius encontra a Coruja, o Leão, o Pingüim, a Foca, a Pulga e tantos outros que o ajudam a descobrir que o conhecimento, a poesia, o bom humor, a música e a literatura são coisas importantes para um mundo mais justo, com as pessoas olhando no olho das outras com generosidade e respeito.

Com cenário de Cynthia Dias, arranjos e direção musical de Fernando Muzzi, texto de Léo Mendonza e direção de Fernando Bustamante, “A Arca de Vinicius” nasceu como homenagem aos 50 anos da Bossa Nova. A idéia do grupo era revitalizar o acervo dos dois discos, mostrar ao público a qualidade musical de todas as canções.

Dois planos

Para trabalhar a encenação, Bustamante criou dois planos cênicos: o terrestre, onde Vinicius conversa com os bichos, e o celeste, onde fica o personagem São Francisco, espécie de mentor da história. Em cada plano, determinado por andaimes, um instrumento musical simboliza aquele universo. Violoncelo e teclados caracterizam o céu, através da referência erudita; já o violão traduz a música popular, terrena por natureza.

Destaque

A menina Hadassa Baptista, de 11 anos, interpreta o menino Vinicius. O diretor Fernando Bustamante conta que queria um garoto negro para homenagear o poetinha, considerado “o branco mais preto do Brasil”. A tarefa não foi fácil. Num dia de testes apareceu Hadassa, uma menina linda, tímida e calada. Ninguém acreditava que ela seria o Vinicius. Mas quando ela começou a cantar, o personagem já havia escolhido o seu dono.


***

Postei no blog Prosa com Cultura http://prosacomcultura.wordpress.com/ um vídeo do especial “A Arca de Noé” para tv, com Bebel Gilberto, aos 10 anos, cantando A Pulga.

Serviço:
Evento: A Arca de Vinícius - 35ª Campanha de Popularização do Teatro e da Dança
Data: 1º de março
Horário: domingo, às 17h e 19h
Local: Grande Teatro
Preço: R$ 24 (inteira), R$ 12 (meia-entrada*) e R$ 10 (Sinparc)
Classificação etária: livre
Balcão de informações: (31) 3236-7400 - Horário de funcionamento durante o mês de janeiro de 2009: segunda-feira a domingo, de 14h às 21h
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sábado, 31 de janeiro de 2009

Tudo Azul – uma homenagem definitiva à Velha-Guarda da Portela



por Breno Procópio

Foi em 1995 que Manacéa José de Andrade, um dos mais antigos compositores da Portela, faleceu. Humilde e muito tímido, Manacéa não gostava de se mostrar. Os admiradores que chegavam a Oswaldo Cruz para conhecer a agremiação, demoravam a perceber naquele negro de estatura mediana a grandeza e sabedoria do berço do samba. Discípulo de Paulo da Portela, do qual herdou a educação, a disciplina e elegância de ser compositor, Manacéa morreu sem ter participado de uma das maiores homenagens que se fez à velha-guarda portelense, um CD de 18 faixas, chamado Tudo Azul.

O disco começou a ser concebido em 1998, quando a cantora Marisa Monte iniciou uma pesquisa em busca de sambas antigos, muitos inéditos, de autoria da velha-guarda; o mesmo percurso que Paulinho da Viola fez no começo da década de 70, quando lançou o LP “Portela passado de glória”, revelando os compositores de Oswaldo Cruz para todo o Brasil. No trabalho de Marisa, foram catalogadas mais de 300 músicas a partir de entrevistas, cadernos de anotações esquecidos, catálogos e no acervo do Museu da Imagem e do Som, no Rio de Janeiro.

Com direção musical e arranjos do violonista Paulão 7 Cordas, Tudo Azul tentou abranger o maior número possível de compositores portelenses, priorizando músicas pouco conhecidas fora do círculo da agremiação. São 12 sambas completos e seis vinhetas, nos quais quase sempre o próprio compositor apresenta sua criação. Exemplo de “Eu te quero”, cantada por Jair do Cavaco; “Vai saudade”, com David do Pandeiro; “Portela desde que nasci”, com o mestre Monarco; “Vem amor”, com Casquinha, e “Tentação”, com o inesquecível solo de Casemiro da Cuíca. Completaram o time da velha-guarda Áurea Maria, Eunice, Argemiro, Cabelinho, Sérgio do Cavaco (Procópio) e Aracy.

Aos compositores portelenses que já estavam sambando lá no andar de cima, o disco presta sua reverência. As pastoras cantam com Cristina Buarque de Holanda a música “Minha vontade” (1955), de Chatim. Cristina, cantora e pesquisadora do samba, cujo trabalho tem revelado a qualidade de compositores esquecidos como Wilson Batista, dá um tom de lirismo à interpretação.

Para homenagear o saudoso Manacéa, Marisa Monte escolheu três sambas que retratam o lirismo, a filosofia de vida e a beleza que ele impunha a cada uma de suas composições. Em “Nascer e florescer” (1955), escutamos num ritmo cadenciado a sabedoria do homem do morro, que crê em Deus e valoriza o amor. Os versos dizem assim: “Não tenho ambição neste mundo, não / Mas sou rico, da graça de Deus / Tenho em minha vida um amor de valor / É o meu tesouro encantador / Mas sei que reclamas em vão / Porque não tens / A compreensão / Que o mundo é bom / Para quem sabe viver / E se conforma / Com o que Deus lhe dar / A nossa vida é nascer e florescer / Para mais tarde morrer”.




Em “Volta meu amor” (1972), música de Manacéa em parceria com sua filha Áurea Maria, quem canta é a própria Marisa os versos de súplica, do sambista que pede o retorno de sua amada: “Vem para os meus braços não me diga mais adeus / Eu só quero ouvir amor dos lábios teus / O teu perfume quero sentir / Entre os meus braços o teu calor / Tão forte quanto o meu amor”.

Um dos destaques, ponto alto mesmo do disco, é a participação do mestre Paulinho da Viola na faixa “A noite que tudo esconde”, de Alvaiade e Chico Santana. Densa e sintética, como todo belo poema, o samba fala da perda do primeiro amor. Paulinho canta com Monarco, de maneira inesquecível.

Após o lançamento de Tudo Azul e do sucesso de público e crítica, Marisa Monte foi reverenciada por Monarco, em nome de todos os integrantes da velha-guarda: “É a nossa deusa querida”. O disco elevou Marisa ao panteão dos jovens músicos, como Paulinho, Crisitina e Zeca, que de tempos em tempos nos reaviva a memória, mostrando que existe lá pelos subúrbios de Madureira e Oswaldo Cruz o melhor da música brasileira.

Tudo Azul incentivou ainda outras velhas-guardas, seja a de Mangueira, Estácio, Império, Vila Izabel, a mostrar seus sambas, a relembrar seu passado.

***

No dia 8 de janeiro de 2009, Casemiro da Cuíca, o mais velho integrante da Velha-Guarda da Portela, que iria fazer 90 anos em março, faleceu. O som de sua cuíca estará para sempre eternizado na faixa de n° 10, chamada “Tentação”, do disco Tudo Azul.

O disco Tudo Azul foi lançado em 2000 pelo selo Phonomotor Records, de Marisa Monte, e distribuído pela EMI/Music.

“Velha-Guarda não é uma questão de idade ou longevidade, mas de identificação com certas matrizes de criação musical carioca.” – frase do professor João Batista Vargens, um apaixonado pela escola de Oswaldo Cruz, que escreveu a biografia “Candeia. Luz da inspiração” (Rio de Janeiro, Funarte, 1997).


ps. Mais fotos e vídeos no endereço http://prosacomcultura.wordpress.com/

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

“Entre a Luz e a Sombra” regressam os Kuxakanema


Por Ratmir Cuna


Qual não foi meu aperto quando convidado pela professora Geane a escrever este post. Convidá-la aos meandros da cultura em Moçambique, através do meu olhar, ou melhor, do que de interessante se faz daquele lado do índico é sem dúvida um desafio. Afinal de contas o que acontece daquele lado do índico? Confesso, até pouco tempo meu saber se restringia a mera leitura sobre a agenda semanal, por sinal incompleta, de um tablóide, nesses três anos e poucos que aqui me encontro. Pouco encontrava e não sabia que algo ia mal. Afinal de contas “está tudo na Internet” e “quem não acha é que tem problemas”, não com estas palavras, mas disse Geane uma vez na sala. E não é que eu tinha problemas. Afinal os Kuxakanema, desde 2006, tentam regressar as telas de Maputo sob o projeto Dockanema e eu aqui sem saber. 

Há um clic fiquei sabendo que este festival ganhou vida, resultou e trás na sua terceira edição vários olhares do mundo através da cinematografia. O que vale apena conferir aqui.

Ham, a esta altura você já deve me cobrar o porquê do título deste post. Mas nada melhor que o filme “Entre a Luz e a Sombra”, da brasileira Luciana Burlamaqui, agendado no espaço Vidas e Memórias do Brasil, para ilustrar melhor o que foram os Kuxakanema que hoje tentam regressar à custa do Dockanema. Um projeto que tem por objetivo tornar Maputo a capital mundial do documentário. Que isso seja possível e que a produção local seja revitalizada, trazendo a ‘luz’ para os Kuxakanema adormecidos. E assim estão lançadas as pedras.


Veja também:



e

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

LIÇÕES MADE IN CHINA

Samuel Guimarães
É bom que o mundo pare, de vez em quando, para viver boas emoções. Francamente, problemas existem de sobra. Cansativo repetir que a água e o ar estão cada vez mais poluídos, geleiras, derretidas, crianças, famintas e países, em guerra. Isso sempre existiu. E não será o espírito eufórico de Pequim o salvador do planeta.

A despeito da maravilhosa abertura da XXIX edição dos Jogos Olímpicos, muita coisa ruim já “vazou” do controle da censura chinesa. Nada é tão belo quanto as sincronizadíssimas piruetas dos 14 mil bailarinos em pista. As luzes, as mais coloridas possíveis, tecnologias de ponta, ensaio por 13 meses ininterruptos – tudo sob o olhar furioso da mão do Governo. A China queimou-se várias vezes – apesar de ter escolhido a simbologia da data 08/08/08 para dar sorte.

Nada mais bonito que o mundo se unir em torno de uma tocha e ali depositar a confiança no futuro de paz e saúde. Mas quando um chinês se suicida, após assassinar um norte-americano dentro do espetacular Cubo D´Água, naquele instante há o desmoronamento do estádio mais caro do mundo. Desrespeito entre raças, etnias, cores ou crenças. Xenofobia. Inaceitável.

Quando os chineses escolhem uma criança mais bonita para aparecer ao mundo – em vez da “feinha” que tem voz encantadora – o que eles fazem é aumentar o preconceito contra si. Apesar de tentar disfarçar, sentem vergonha de seus olhos puxados, da pele amarela e dos cabelos escorridos pretos? Criaram ranço etnológico. Como na ditadura, perdeu-se o humano...

Império cercado por uma Muralha da China, síndrome do gigante adormecido. Bilhões – talvez 80! – de dólares despendidos, para não dizer desperdiçados! Fracassaram diante do espírito olímpico que os gregos inventaram. Que houvessem estereotipado bem menos a vontade de serem grandes, os maiores. Olhe! Muito chinês passa fome...

O quadro de medalhas, até agora, é leitura quase fiel de como vai a economia das nações. China – a que mais cresce, em primeiro, seguida de Estados Unidos e Inglaterra. E onde fica o Brasil? Foge à regra. Deu vexame demais.

Um país do tamanho que é, com as reservas energéticas que tem e o potencial humano a regar o mundo com cérebros férteis: eis o resumo de nossa nação, detentora de duas medalha de ouro, até agora. Grosso modo, pois poderemos ganhar mais uma. Se bem que depois da derrota para Argentina, no futebol, perdemos o grande título. Criaram a expectativa e não corresponderam. Bilhões investidos em nada. O presente para nossos jogadores ilustres deveria ser um livro. Ler faz falta.

A Educação formal brasileira (em creches, escolas, colégios, faculdades, universidades, MBA´s, não importa onde...) anda bem deficiente no repasse da Moral e Cívica. Valores e sentimentos de nação, amor à Bandeira, ao Hino. Você sabe cantar o seu? Os atletas, em maioria absoluta, nem tentam. E o Esporte, de lado, abandonado a ricos e sortudos.

Atletas são pessoas que se dedicam, arduamente, a vencer. No limite da física, da química ou da biologia, lá é onde se encontram. E para ser bom, é preciso muito estudo, técnica, alimentação, sono, apoio familiar e governamental. Não que uma medalha de ouro em Natação ou no Salto em Distância nos confira degrau para o primeiro mundo. Mas, certamente, deixa-nos um pouco mais distantes da miséria do quarto.

Se os brasileiros tivessem amor-próprio, seriam gigantescos em números e ações. Seríamos a nação do hoje. Não devemos esperar. Novas eleições: cada um dos próximos quatro anos pode melhorar ou piorar de vez a situação de sua cidade. Pense com carinho. Esqueça o jeitinho. Faça valer a regra dos atletas: mire o futuro, deseje a medalha de ouro e queira ser o primeiro a quebrar recordes.

***Em “Sete de Setembro”, Dia da Pátria, todas as cidades brasileiras deveriam se tingir de verde e amarelo. Dia de desfile e manifestações de civismo, que deveriam se repetir, espontaneamente. Em sala de aula, a aproximação da data histórica gera oportunidades valiosas não apenas para o ensino desse recorte de tempo - o sete de setembro de 1822, quando Dom Pedro proclamou a independência do Brasil em relação a Portugal - mas também para reflexão sobre cidadania e participação política. O que nossa cidade está preparando para a data? Prefeitura, escolas, empresas, cidadãos?